O homem. Eu como Homem.
O menino que ainda sou, vai crescendo a cada dia.
Envolve-se em sonhos, projectos, trabalhos, procuras, descobertas, mais sonhos que adia.
Mas o menino que fui por completo, vai gentilmente dando espaço e lugar ao crescimento imperativo do Homem que assenta ideias, que vê para além daquilo que escreve nos joelhos, dos sonhos que tem quando se vê ao espelho.
Crescer nunca foi para ele um processo fácil, uma construção idealizada e calma.
Sempre viu nas tormentas da aprendizagem interior, um caminho de construção acelarada, a que tantas vezes não conseguia dar a resposta que desejava. Perdeu-se tantas e outras vezes em deambulações permitidas, buscando unicamente as respostas para as perguntas que colocava a si mesmo, ou que o mundo insistia em lhe atirar de chapa.
Lá foi caminhado, em certas alturas de forma mais lenta, noutras correndo desenfreado, mas caminhou, sempre, lutou, crente do que estava a fazer, contente por estar a conseguir alcançar algo a que se havia proposto faz muito tempo, a liberdade, a independência, o pensamento livre e desembaraçado, formado e sustentado por ideias complexos, mas simplesmente transmitidos e contados na 1ª pessoa, capazes de contagiar os que em seu redor poisam e ouvem o que tem para dizer.
No fundo, a essa prática se prende algo que invocou durante tantos anos, a Oratória iria dar-lhe, mais tarde ou mais cedo, mais tarde que cedo, a capacidade de falar, de prender a atenção das pessoas que se calam para o ouvir.
Não que as remeta ao silêncio, ou que as force ao cerrar dos lábios, mas porque aquilo que teria para dizer se assumia como algo de interesse comum, ao homem invulgar.
Respeitando as regras convencionais, e os moralismos adjacentes ao pensamente construtivo e congruente, depressa se apercebe do poder que tem.
Consegue fixar em si, olhares, ouvidos, ideais, sentimentos reais e até aqueles que os que o escutam tÊm medo de sentir.
Assim vive, vai viver, e tentar que os que outros vivam.
Assim será, bem menos do que já foi, e bem mais do que já é.
Vale a pena acreditar, só custa é tentar. Nem é o tentar que custa, mas sim o fazer que assusta.
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