24 de novembro de 2008

No aprender está o ganho

É impressionante a capacidade humana mais brilhante e que, sendo treinada, nos acompanha por toda a vida, estou a falar, não da capacidade portuguesa de enganar o próximo ou da capacidade humana de se tornar melhor que o seu semelhante, ou mesmo da capacidade inata de... comer, estou sem dúvida a falar da maravilhosa capacidade que o ser humano possui, a capacidade eterna de aprendizagem. Sentir que estamos de facto a apreender qualquer coisa, a "enfiar" no nosso cérebro, coisas novas, que vamos desmontando e categorizando mentalmente e que nos tornam, mais capazes, mais cultos, mais pessoas, mais cidadãos do mundo, mais seres vivos, e que, a meu ver, nos faz sentir melhor por termos a possibilidade de aprender constantemente.
È sem dúvida esta sensação que tenho experimentado recentemente e que me tem trazido um gaudio inexplicável. É uma leve sensação de medo que me assalta, por estar a entrar num campo totalmente novo, que é o das ciências da comunicação, mais propriamente, o Jornalismo, mas ao mesmo tempo, sinto uma enorme felicidade por me sentir novamente a aprender. Creio que esta será sem dúvida, a melhor forma de vos explicar o que sinto, uma enorme felicidade, aliada a uma tremenda curiosidade, que se justifica pela "ignorância" que sinto relativamente ao meio em que me estou a inserir. Sei o que fiz, porque é que o faço, e o que quero fazer. E tu? tens alguma coisa a dizer? Aprender é bom, aprende, só tens a ganhar.

16 de novembro de 2008

Há dias

Existem dias, que embora nos pareçam fúteis e redundantes, se transformam pura e simplesmente em dias felizes e gratificantes, por muito banais que nos possam parecer. Tal facto faz-me sorrir, faz-me acreditar nas pessoas que me rodeiam, nas pessoas a quem simpaticamente concedo minutos do meu tempo, doses elevadas dos meus sentimentos, pedaços importantes e muito significativos de mim mesmo, sem pensar duas vezes na concessão, na dádiva, na partilha, simplesmente porque me sinto feliz por estar a partilhar quem sou, o que sou, de onde venho, para onde vou. Sou humano, preciso dos outros para crescer, para ser mais forte, melhor, mais completo e isso realmente acontece. Aqueles que me fazem ser melhor e maior, são, no fundo, aqueles que me retribuem sem cobrar nada em troca, tudo aquilo que lhes dou, tudo aquilo que os faço sentir. É realmente saboroso, deitar-mo-nos, ou acordarmos com uma sensação de preenchimento, de completa realização, ainda que seja momentânea e passageira, mas acima de tudo, uma realização digna de ser registada, em fotografias, quadros, desenhos, pinturas, canções, ou nesta patética forma de expressão que por vezes pode ser a escrita. Mas muito se enganam se pensam que menosprezo ou critico a escrita ou o registo feliz através da mesma de sentimentos ou momentos de maravilha, simplesmente digo que, sabe bem estar feliz, sabe bem acreditar em coisas boas. O mundo está triste, de luto, preocupado, mas como já anteriormente referi, importa sem dúvida que concedamos uma linha de crédito ao mundo, às gentes, às pessoas, aos momentos que vivemos e com os quais nos confrontamos diariamente. É sem dúvida extremamente fácil criticar, destruir, opinar, mas será sem dúvida mais fácil a nossa vida, se não nos limitar-mos à crítica mas sim, se procurar-mos uma saída para o marasmo, uma alternativa à desgraça, ao fado de ser Português. Ser derrotado triste, derrotista lamentável, ser vencedor é difícil, ser vencido é pior, ser positivo é uma conquista a que só chega quem não desiste, quem não atira a toalha ao chão, como o pugilista, que, embora cansado de apanhar pancada, cansado de amparar com o rosto murros violentíssimos disferidos com o ódio milenar dos milhares de povos que odiaram o mundo, se levanta, se senta no seu canto azul, ou vermelho, cospe o sangue para o balde, ergue a cabeça, e diz bem alto, com uma voz fria, mas com a força de milhões de combatentes dentro de si, ISTO AINDA NÃO ACABOU! Sinto-me fraco, cansado, mas não quero nem vou desistir, acredito que quem quer, pode e quem pode, consegue. Se todos quisermos, podemos conseguir chegar a qualquer lado, o mundo estará por certo cansado, triste, enfraquecido, tal como o nosso pugilista, mas todas as pessoas que pagam para ver o mundo e o pugilista, acreditam nele até ao fim. Eu acredito, o que me dizes tu?

14 de novembro de 2008

Perder...

Muito se perde, pouco se ganha. Mas engana-se quem afirma ao mundo que não tem mau perder. Hipócritas, isso sim, mentirosos, sem dúvida, ainda que inconscientemente. Pior do que mentir aos outros, é por certo, mentir-mo-nos a nós mesmos, tentarmos enganar a única pessoa que tem a certeza absoluta e messiânica das nossas convicções, crenças, valores e verdades. Querermos acreditar que não nos importamos com a derrota, ou ainda pior, com a perda, é uma descarada e rídícula tentativa de engano pessoal. Que atire a primeira pedra, o parvo, estúpido, burro, imbecil, troglodita, sem querer diminuir esse povo que vive nas montanhas da Tunísia e que nada tem de imbecil ou troglodita, que achar ou que tenha mesmo a coragem de afirmar conscientemente e ciente da dimensão daquilo que está a dizer, que não se importa, ou melhor, que é totalmente indiferente à perda, à derrota. Pois quem o disser, que pense duas vezes antes de voltar a proferir tamanha insensatez. Perder é triste, é doloroso, é terrível, é uma das piores sensações que o ser humano pode experienciar, talvez apenas superada pela vergonha e pela solidão, por isso meus amigos, que se afirmam senhores de um admirável fair play, tenham tento na língua e vão à mais profunda gruta do vosso subconsciente verificar a veracidade dessa vossa estúpida e atrasada falsa questão. Perder é algo para que não estamos preparados, o nosso cérebro não vem equipado de série com essa maravilhosa capacidade que é a aceitação da derrota e da perda.

13 de novembro de 2008

piada

Muito me apraz constatar, o degradante estado da minha mente retorcida, que imagina coisas onde elas não existem. Não deixa de ser engraçado viver neste mundo sujo e perceber que de facto não passo de um simples anormal que acha piada às coisas mais estúpidas e insignificantes. Desfaço-me em gargalhadas quando vejo alguém caír, chamam-me sádico, se acho graça aos problemas e infelicidades dos outros, chamam-me insensível, se me divertem os sem abrigo, os marginais, os tóxicodependentes, os reformados, os doentes, os animais abandonados, chamam-me estúpido, mas afinal de que me posso eu rir?
O mundo perde a olhos vistos, a sua natural capacidade de rir, de diversão, de escárnio, de hilariante e afunda-se categóricamente nesse saco negro, ou azul, que é abrilhantado pela tão afamada crise, que traz professores para a rua, que traz famílias inteiras para a rua, que não conseguem pagar empréstimos, que têm empregos e ordenados, mas que não chegam para o orçamento mensal, que qerem comer e não podem, que têm sede e não têm água, a isto tudo eu simplesmente acho piada, acho piada porquê?
Porque me consigo rir de tudo isto e consigo acreditar que isto são apenas peças de teatro diárias, feitas propositadamente para divertir os anormais como eu, que ainda conseguem sorrir e ter capacidade de acreditar que tudo isto não passam de manobras de diversão, ou melhor, que tudo isto são acima de tudo piadas muito bem elaboradas e trabalhadas, pelos senhores de fato e gravata que governam o mundo engraçado em que vivemos. tem piada ou não tem. estes senhores são ou não são o fim da picada?