12 de dezembro de 2009

Esperando.. aprendendo...Desesperando..esquecendo

Uiiiiii, esperar.
Nada me causa maior transtorno que a espera, seja lá ela qual for.
Desde esperar pelo autocarro seguinte, que só irá passar daqui a 30minutos, quando perdemos o anterior por escasos 50 metros, mesmo depois de termos feito 200 metros em sprint à Usain Bolt, de esperar pela nossa vez na fila incomensurável do hipermercado cheio de terráqueos, vestidos à desportista, com o belo do fato de treino e elas com a bela da calça de licra, ostentando glúteos do tamanho de almofadas de penas de pato, da espera no hospital, pela consulta que precisamos urgentemente há meses, de esperar pelo dia 31 para receber o miserável ordenado, de esperar por telefonemas, por notas de exames, pelos amigos, que após anos e anos de jantares, insistem em chegar repetidamente atrasados, de esperar pelos saldos, de esperar pelos programas televisivos, de esperar pela namorada ou pelo namorado, salve seja, quando combinam connosco às 15h00 e aparecem às 16h00, sorridentes, radiantes, e que nos "amansam" com um DESCULPA carinhoso, seguido de um enorme e apaixonado beijo, que prontamente nos faz esquecer a penitência pela qual passamos, no purgatório das ruas frias da cidade.
Enfim, poderia passar  o resto da noite a enumerar o desespero de um ser humano em espera, nas mais diversas situações, mas estaria a generalizar, pois há gente, muito boa gente, que não se sente minimamente perturbada por estar à espera seja lá do que for.
Mas esse tipo de gente a atirar para o esquisito, para o alien, não existe cá neste nosso BURGO, eu já vi gente dessa já, já vi já, mas foi na Holanda, e eram mesmo esquisitos.
Não reclamavam por estarem à espera, não businavam no trânsito quando caía o sinal verde e o gajo da frente não arrancava, não reclamavam nas filas do supermercado, nem nos bancos, nem nos correios, nem em lado nenhum...
Não sei como esta gente consegue ser assim e crescer tanto, pois eles são muito altos, mesmo.
Até pode nem ter nada a ver, mas ser alto, deve fazer com que a pessoa não se enerve.
Ou melhor, secalhar o sangue quente, escaldante, que nos corre nas veias, não seja igual nas veias deles, demora mais tempo a percorrer os demais centímetros que nos diferenciam..
Enfim, essas pessoas que não se enervam por estar à espera, não sabem nada da vida.
Venham viver para Portugal e logo vêm se não se transformam e convertem ao imapacientismo português, é o transformas, é que é num instante, então com o reconhecido poder que temos de influenciar as demais culturas que nos rodeiam.
Enfim, e vocês também já devem tar a espumar pelo canto da boca, com tanto tempo que esperaram que o final deste texto chegasse, aguentem e esperem, quem esperou 9 meses para nascer e 18 anos para ver o Sporting campeão, pode esperar mais um niquinho.

1 de dezembro de 2009

Supremacia, superior e consciente

Há pouco pus-me aqui a pensar, ou, para ser de facto mais preciso e verdadeiro, a reflectir (fica sempre bem empregar a palavra reflectir). Em que reflecti então?após ter terminado o manipulador programa "verde" que estava a ver, no canal Odisseia, sobre as selvas da Ásia e as montanhas da Venezuela.

Então não é que aquele canal e nomeadamente aquele programa em especial, têm como fundamento e objectivo primário, a maldicênciVai daía e a difamação da magnífica espécie humana.
Ah o Homem, esse vulto da modernização e do progresso, que durante milhares de anos foi vítima da crueldade premeditada dos animais, da frieza assassina desses hediondos predadores, pobre coitado que mais não fez do que se aperfeiçoar e começar a vingar-se de todos aqueles que ameçavam a sua vida.
Fez ele se não bem, isso sim.
Vai daí a começar a matar animais atrás de animais, ora para se alimentar, ou para se aquecer, ora para praticar a sua arte tão nobre e competitiva.
Os relatos são milenares, pois então não vamos mais longe, a célebre frase que antecede a cerimónia da comunhão na missa, "Eis o cordeiro,vejam bem, o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." Pois é, se a memória não me falha, foi o profeta maomé que sacrificou um cordeiro ao senhor, ou melhor, ofereceu-o à Entidade, para que este se banqueteasse sózinho desde a lãzinha, não vá o Pobre Coitado ter friozinho nas perninhas, até aos ossinhos, que não lhe fiquem atravessados na garganta, que o Todo Poderoso, tem muito para dizer por esse mundo fora.
Não satisfeito com isso, lá segue o ser supremo com o seu périplo pela conquista do território físico que até então havia sido dos animais, o seu Arqui-Inimigo, e que agora passaria a ser, legítimamente é claro, seu, pois claro, ora de quem mais havia de ser.
Pois é este o princípio, daquilo a que hoje chamamos de forma tão curriqueira, vulgar, Globalização.
Daí para a frente, foi então o ver se te havias, para escolher os sítios a conquistar, tamanhas eram as possibilidades, a expansão estava posta em marcha, objectivo, destruir florestas, serras, montanhas, oceanos, rios, céus, subsolos, planícies, vales, ui, era só escolher, e manter tudo em segredo, não fossem as galinhas, pintos, cães de trazer por casa, ou mesmo as formigas e baratas não convidadas mas muitas vezes toleradas nas nossas casas, bem como, as mosquinhas que por lá gostam de bisbilhotar.
Daí, desse tempo, nasceu a expressão, queria ser uma mosca para saber o que se está a passar.
Portanto, era uma missão megalómana, era sim senhor, impossível? Não, para o senhor Homem, tudo é possível.
Foi assim que começou a destruição do mundo que existia outrora, e que agora mais não é que uma manta de retalhos, uma série feliz, de cortes e recortes, colagens e estampagens do magnífico local que em tempos existiu.
Enfim, o que seriamente me aflige é que a supremacia auto imposta, assim o é, por ser conscientemente assumida e defendida, ele há com cada uma que até parecem duas.

22 de novembro de 2009

Há coisas que eu não entendo

Pois bem, há de facto coisas nesta vida com as quais tenho alguma dificuldade em lidar.
Por exemplo, ontem estive num bar na margem sul, ali para os lados do Barreiro, e eis senão quando, dou por mim a deparar-me de frente com uma jovem, no auge dos seus 22, ou até mesmo, já que estamos numa de exageros, com 23, que combinava uma indumentária de chorar, de chegar a casa e ir direito ao bisturi, para poder vazar os olhos, ou pelo menos o esquerdo, já que o direito passa a vida a dormir, para assim não ter de continuar pela vida fora a ver imagens daquelas.
A jovem abécula fazia-se acompanhar de um casaco com brilhantes, umas calças pretas com Collant preto, assim muito justas no tornozelo e depois, pimba, espeta-me com uns sapatos de salto alto de verniz, roxo choq.
Jesus, que até me faltou o ar. No entanto, não foi para isto que vim aqui deixar uma mensagem.
Aquilo que de facto me fez bastante impressão foi o ter sabido esta semana, que os ruivos estão em vias de extinção.
Ora, sinto hoje então uma enorme tristeza. Eu que sou ruivo na parte inferior da cara, na região vulgarmente chamada de barba. E é um ruivismo merecedor de atenção, de carinho e sobretudo dos tão célebres cognomes de ruivinho, ou cenourinha.
Assim, venho aqui então dar o mote para que se crie a UR(União Ruiva), ou a LAR(Liga dos Amigos dos Ruivos), ou mesmo a CPRPE (Comissão para a Protecção do Ruivo em Extinção), a fim de se preservarem as fantásticas propriedades e qualidades desse tão nobre cidadão que é o cidadão Ruivo, que tanta cor traz as cidades e vidas em que existe, e que tanta falta fazem a este mundo.
Por isso vamos então por mãos à obra e tratar de salvar a população ruiva.
Cientistas, médicos, Jornalistas, ou até FUTUROS JORNALISTAS(hum, que coincidência, estas duas palavras aparecerem em letra maíscula, mas prossigamos), engenheios, advogados, trabalhadores por conta própria ou por conta de outrém, estudantes, desempregados, solteiros e casados, ruivos, vamos começar a celebração da ruivez e vamos ajudar a preservar a raça ruiva.

18 de novembro de 2009

Joel Silveira.. indo ao essencial! Que descanse em sossego.

Hoje, venho aqui por uma razão que não considero triste, muito pelo contrário, creio que as homenagens, mesmo as realizadas depois da morte daqueles a quem nos propomos homenagear, são inteiramente dignas e justificadas, caso contrário, pura e simplesmente não eram feitas, e se o são, na verdade devemos deixar-nos de hipócrisias e falsos moralismos, e percebermos de uma vez por todas, que é um gesto bonito, e solene até(para agradar aos ferverosos e sempre opinativos membros do culto cristão/messiânico), na medida em que alguém reconhece o valor de outrém e por esse mesmo reconhecimento ser real, são então tomadas medidas, no sentido de se prestar à pessoa falecida, uma devida homenagem. Ora, poderão vir agora os arautos da sabedoria e da moralidade, afirmar de forma categórica, que esse mesmo reconhecimento, deveria ser feito em vida, sim senhor, até me disponho amavelmente a concordar com a opinião sngela de vossas ilustres excelências, mas não posso deixar de advertir vossas excelentíssimas BESTAS, que existem variadíssimos momentos, em que tais homenagens, não acontecem, porque não se adivinha que de um dia para outro a pessoa se vai lembrar de morrer.
Ora nem todos são o Raúl Solnado, a Amália Rodrigues, o Ruy de Carvalho, ou a Eunice Muñoz, pessoas, que eu venero enquanto cidadãos, enquanto artistas, enquanto pessoas com um carisma e uma liberdade  de pensamento absolutamente inquestionáveis e irrepetíveis, mas não posso concordar com o que as excelentíssimas bestas dizem, quando afirmam que uma homenagem feita depois da morte de alguém não tem tanto valor como a que é feita em vida. Pois não, tem um valor diferente, porque a feita em vida, é uma peça que lhe é preparada e apresentada, de maneira a que a pessoa se sinta, em pouco mais 40 ou 50 minutos, recompensada e grata por toda a vida que dedicou à labuta, enquanto que a feita depois da vida, não terá nunca a reacção do homenageado, mas tem todo o sentimento inerente ao factor chave, à partida, e creio sim, que esta última será sem dúvida bem mais sentida.
Joel Silveira, foi-me dado a conhecer, no decorrer de mais uma etapada minha formação académica.
Por volta da 1ª semana de Outubro de 2008, aquando da minha chegada ao Mestrado que estou a frequentar, foi dele a 1ª aula a que assisti, e foi com uma óptima impressão que desde logo fiquei.
Um conhecedor absolutamente invulgar da história mundial, moderna, antiga, história, pré história, presente, passado, futuro, de tudo o Homem, soube, sabia e sabe.
FOi de facto um PRAZER ENORME, ter tido a possibilidade de beber a àgua rica da sua fonte, perceber a fantasmagoria pérfida em que vivia envolto o embranhar do seu ardiloso discurso, mas foi acima de tudo um ganho inquantificável, aquele que tive por ter podido beneficiar da sabedoria e do conhecimento, de um homem, que sabe quase tudo sobre quase tudo.
Foi com admiração e transtorno que recebi a notícia da sua morte, e digo morte porque acho que não tenho nada que estar para aqui a ser simpático, com algo que não é simpático para ninguém, e que não escolhe, vai ao acaso e leva quem quer e quem lhe apetece.
Como tal, quero que a MORTE, vá bardamerda, que eu cá não tenho medo nenhum dela, e lhe digo aqui, podes um dia levar-me, mas não me levas de ânimo leve, como tenho a certeza que não levaste, Joel Silveira.
Seja lá onde quer que ele esteja, estará por certo melhor do que estava cá em baixo, porque neste mundo de crentes, apenas me resta senão dizer, que já nem Deux vos pode ajudar, porquê?
"God left this place long time ago"(Blood diamond, nunca o Di Caprio disse alguma coisa com tanto sentido, também pudera não foi ele que o escreveu)
Camões disse um dia, que "(...)amor, é fogo que arde sem se ver(...)" Eu aqui digo, viver é arder e não queimar, é chover sem me molhar, é andar e não sentir, é saltar e por vezes caír.
Espero que tenha vivido bem a sua vida, e que tenha partido tranquilo.
Um forte e eterno abraço, foi uma Honra.

10 de novembro de 2009

Ele há dias... que mais parecem noites claras.


Para começar este título que arranjei, está na verdade aquilo a que podemos chamar de(prolongado o som do eeee...para dar a entender que está súbtilmente à procura do termo certo, aquele que melhor se adeque para caracterizar a asneira tremenda que se prepara para dizer) noites claras.
O que pretende a besta que vos esreve dizer com isto?!
Ora pois bem. Nada.
Exactamente não pretendo dizer mesmo nada. Apenas que há dias que parecem aquilo que acabei de dizer, noites claras, porquê? Porque sim. Mas para quê tanta pergunta, se a resposta é perfeitamente compreensível e clara, ou melhor, resposta não, a afirmação.
As noites claras o que são ao certo? Noites que parecem dias, nada mais do que isso. O que acontece lá pelo meio dessa claridade, não é para aqui chamado, agora apenas estou aqui a falar de uma questão de luminosidade, que não interessa a ninguém, e que provavelmente está a remeter-te para a seguinte pergunta?
Porque é que estou para aqui a ler isto? Porra, estes gajos querem blogs, espaço privados na net, para poderem vir para aqui escrever este tipo de merdas? Mas não têm mais nada para fazer? Com toda a certeza nem sequer trabalham, malandro!
Ou então, respondes à primeira de todas estas interrogações do teu psiquismo com o seguinte:
Este gajo só diz é merda, deixa lá ver onde é que isto vai parar, ainda não está suficientemente claro.
Lá está, a claridade, foi isso mesmo que comecei por dizer, que era tudo uma questão de luz.
Ou és iluminado ou és...digamos(agora aqui, prolonga-se o som uuuuuuuus, para voltar novamente a demonstrar a quem o ouve que está a consultar o dicionário mental de estupidez, porque boa coisa não lhe vai saír, e o pior disso tudo, é que ele sabe exactamente o que vai dizer.) que, uma espécie de barata que passa toda a vida à espera de encontrar a merda que os outros deixam, as sobras, os restos, os decompostos, os, os, os sei lá o quê pá, que isso então é que é o pior, aquelas pessoas que se referem a terceiros, quando lhes perguntam sobre a actividade de alguém e dizem, epá esse gajo, esse gajo faz sei lá o quê ali não sei para onde, com não sei com quem, mas também se me perguntares, não sei quando é que ele começou.
Isto é capaz de ser dos piores insultos pelas costas, que se pode fazer a um semelhante. É o world trade center do desprezo.
Tudo isto para dizer, que o meu carro faleceu. Decretei-lhe o óbito hoje. Não sei bem a que horas. Desculpa amigo, disse não sei bem, porque estou sem bateria no telemovel e não consigo ver a que horas fiz a chamada para o mecânico, o teu carrasco, que me disse que não estavas nada bem, estavam a fazer os possíveis, mas estás com um prognóstico muito reservado. (Pimba, vais buscar, já posso ir para médico que faz as comunicações à Imprensa).
Mais respeito uns pelos outros por favor, que isto aqui é a nossa casa, se não nos respeitarmos uns aos outros, vamos morar para onde? Vai tudo lá para baixo, alimentar baratas, se é que me faço entender.

5 de novembro de 2009

Face oculta

Tenho vindo a analisar o maravilhoso caso "FACE OCULTA" e...
pois, não me apraz tecer qualquer comentário, para que não se viole o segredo de justiça.
Este é o maravilhoso discurso tantas vezes adoptado pelas sumidades governativas do nosso Burgo, a que muitos tÊm a coragem de apelidar de país.
Isto lá é um país, se fosse um país, era unido, era forte, era orgulhoso de si mesmo e não é.
Adiante, adoro a designação que a P.J atribui a estes casos maravilhosos que povoam, com uma frequência cada vez maior, a nossa praça.
"Face Oculta", começa logo mal a coisa, isto é, o nome, só por si é um autêntico contrasenso, na medida em que a primeira que se descobre neste caso, é nada mais nada menos, que a face dos corruptos e dos corrompidos, dos culpados e dos arguidos, dos ladões e dos bandidos, dos compradores e dos vendidos. Aparecem nos jornais da noite, via televisão, e preenchem as capas dos jornais pela manhã.
Com isto esquece-se, ou melhor, OCULTA-SE, a face das polémicas que "apaixonaram" durante meses, o coração dos habitantes do Burgo.
Freeport, operação furacão, CASA PIA, tudo esquecido, à medida que as duas forças políticas do país, vão lançando casos para a praça pública, numa guerra cada vez mais acesa e sem fim à vista, que é aquela que neste momento se trava entre, BELÉM e SÃO BENTO.
Enfim, tudo vai bem no reino da bananeira.
Agora, olhar para tudo isto, ver os sacanas que roubam sem apelo nem agravo, sem qualquer tipo de escrúpulos, que continuam a ser bem tratados, que continuam a ter tempo para movimentarem os fundos desviados, para prepararem as fugas para paraísos na terra, que esses senhores bemos conhecem e costumam lá por muito dinheiro, é de facto frustrante.
Viver num país onde a criminalidade de colarinho e gravatinha de seda, é imperial e completamente intocável, é de revirar as tripas a um porco.
Os animais é que a levam direito, para eles, é literalmente, tudo preto no branco.

4 de novembro de 2009

invariável avaria

De facto, é exacatamente aquilo que penso que por vezes me acontece.
De quando em vez, ou talvez até de vez em quando, sinto que me avario, de uma forma invariavelmente cómica. No entanto essa invariável comicidade, aparece-me aos olhos sob as mais variadas formas.
Por exemplo, hoje, momento de comicidade do arco da velha, por volta da hora do almoço, recebo msg, logo seguido de telefonema, alertando-me eufórica e entusiasticamente para o facto de ter uma amiga minha de longa data, mas que não vejo já há uma data longa também, no interior de uma revista, que não vou referir, porque não quero desde já, atribuir conotações ou etiquetas mal colocadas, à pessoa em questão.
No entanto, a playboy não faz nada disso, é digna e séria com as pessoas com quem trabalha.
Apesar disso, o momento foi extremamente cómico, na medida em que, mais tarde aprecieei então a sessão fotográfica com a qual recordei a amiga que há tanto tempo não via, mas no entanto, vi coisas que nunca tinha visto, não é que a playboy fala também de desporto, que coisa espantosa, o treinador do benfica, com gloss e lantejoulas, isso é que ia ser vender revistas, ui se ia.
Mas enfim, também tenho a noção que existem partes das minhas avarias, que estão permanentemente avariadas, como é o caso de determinadas zonas do meu cérebro, que apenas servem para me impelirem a dizer as coisas mais estapafúrdias que possam ser pensadas, com o intuito de simplesmente ser parvo, mas também com a intenção clara, de dizer livre e esopntaneamente aquilo que me vai no pensamento, tentando adornar as coisas, de forma a no final da frase palerma que digo, poder ver aqueles que me escutam, tal e qual, os apóstulos do Divino, esboçarem um sorriso de alegria, se é que uma vulgar gargalhada, pode ser considerada ou incluída no espectro da alegria.
Enfim, gosto de pensar em mim como um parvo, que gosta de dizer invariáveis avarias, para que assim, consiga avariar com frequência, os obtusos e sisudos rostos daqueles que me ouvem, o objectivo?
Ser simplesmente palerma e passar os dias a rir-me de tudo e mais alguma coisa. Sou avariado? Sou? Se podia ser assim? Podia, mas o mundo não seria o mesmo.

25 de outubro de 2009

o poder de uma mesa.

Escrever é algo que a muitos diz respeito, mas que poucos têm paciência para o fazer de livre e espontânea vontade, seja por falta disso mesmo, por se acreditar na falta de talento, que por vezes é realmente mais do que evidente, ou mesmo porque acima de tudo não somos iguais, porque as diferenças que distinguem o ser humano são mais que muitas, e é essa maravilhosa heterogeneidade que torna este planeta um local tão... parvo, e na parvoíce reside por vezes a incapacidade capaz de cegar.
Mas parvo, no sentido positivista da parvoíce. Sei que será por certo difícil entender a parvoíce como positiva, que será complicado imaginar uma plataforma possível para enquadrar a estupidez e a parvoíce com a graça e a comicidade, mas digo-vos que é mesmo, como é que sei? Eus ou um autêntico parvalhão, mas um parvalhão engraçado, que não rejeita, muito pelo contrário, essa etiqueta.
Ora, voltando ao que interessa, que foi por isso que aqui vim a esta hora, que acaba de mudar, o poder de uma mesa, e a sua relação com uma prática literária mais coerente, criativa, crítica, eficaz e acima de tudo consistente.
Passei meses a trabalhar em cima do joelho, literalmente. Priemeiro foram os cadernos, as canetas, o papel, essa antiguidade quase classicista, onde muitos escreveram durante séculos e que agora é substituido por esta maravliha da tecnologia que é o computador portátil.
Estudava, sempre na véspera do testes, dos exames, fosse do que fosse, sentado na cama, curvando a espinha dorsal, tanto quanto possível, a fim de me enquadrar o melhor possível com os cadernos, os livros, os apontamentos, os sublinhados, etc.
Foram, muitos, bons, loucos e longos anos de posturas incorrectas, de dores esquisitas, parvas, mas desta feita no sentido negativo da palvara, o mais comum, e sobretudo de cansaço desnecessário.
Hoje, tudo isso foi agora posto para trás das costas, passei o dia de ontem excitadíssimo, como uma criança, que entra num parque de diversões pela primeira vez, porque sabia que ia finalmente comprar uma secretária. (Vejam bem como se pode fazer uma criança feliz com tão pouco hoje em dia, basta ir ao gigante das soluções, nãaaaaao, não é o Isaltino Morais, nem o Valentim Loureiro, estou a falar do Ikea)
Assim foi, hoje comprei-a, vim para casa, montie-a, e aqui estou agora, direito que nem um fio de prumo, uma viga de aço. O gosto e poder que esta nova postura criativa me confere, é qualquer coisa de extraordinário.
A vontade que sinto agora de me debruçar sobre estas teclas é inquantificável.
É como se se tivesse acercado de mim, a alma geradora de incentivo e de dinâmica que por vezes parecia perder-se entre as molas cansadas do meu colchão, que levou comigo durante anos, a perpetuar posições escabrosas e pressões desnecessárias, quando tudo o que ele pedia, era sossego, era que fosse morrer longe, que aqui viesse apenas para dormir, ou para brincar aos médicos, tudo o resto, que eu insiti durante anos em perpetuar, que fosse feito longe, lá para os lados da... mesa da sala por exemplo.
Enfim, quem escreve tem de se disciplinar, de se motivar, de se vergar, mas acima de tudo, tem de o fazer numa mesa, caso contrário, está o caldo entornado e o colchão estragado.

20 de outubro de 2009

Vi o chão mais de perto e fundi-me com ele

Reza a história, que quando alguém equaciona a possibilidade de tar um daqueles grandes, ora bem, como é que se pode explicar isto da melhor forma, espalhanços ao comprido, logo aprece aquela sábia alma, com o poderoso e sempre inteligente e oportuno comentário, "Deixa lá que se caíres também não passas do chão", o que não deixa de ser uma magnífica e espantosa verdade à La Palisse, mas que objectivamente falando, não passa de uma estúpidez aguda, que costuma atacar a espécie humana, em especial aquela facção que gosta de tentar atirar graçolas para o ar, mas que normalmente terminam a frase com cara de Gnus aparvalhados, que esperam um movimento de alguém em seu redor, que dê a ligeira mostra de simpatia para com a barbaridade proferida, e por piedade, solte um esgar de misericóridia, para com o infeliz que teve a astúcia de dizer tamanha merda.
Assim sendo, caír tem que se lhe diga.
Esta semana fui vítima de um autêntico abalrroamento por parte de um veículo automável. Provavelmente estarão agora a pensar, este anormal é um exagerado do catano, xiça, mas não, nada disso.
Ora, passeava-me alegremente na minha Vespa, de cilindrada 50cc, no rabo do parque das nações, que é como quem diz, às portas de Sacavém, quando, dentro de uma rotunda que mais parece um folhado de salsicha, fui, quando circulava à perigosíssima velocidade de 25 km/h, ou talvez me tivesse mesmo esticado e fosse a 30 km/h, vá... (Bem sei que sou louco, e que devia ter mais cuidado com a velocidade, mas a adrenalina que se sente em cima de uma vespa a uma velocidade destas é qualquer coisa de inexplicável, indescritível mesmo, só quem tem a argúcia e a incomparável capacidade de arriscar de um condutor de uma Vespa, de 50cc, é que sabe ao que me refiro).
Eis senão quando sou então surpreendido por um par de indivíduos na casa dos 50 anos, que sem mais nem ontem, passam da faixa da esquerda, sem accionarem o sinal de mudança de direcção à direita, (o tal do pisca) e resolvem atravessar duas faixas de rodagem, para virem admirar a minha estúpida mas admirável insanidade, própria de quem se faz transportar numa mota a 30km/h.
Mas eles queriam ver bem de perto, como se de facto quisessem mesmo, sentar-se comigo ao volante da mota, para não morrerem sem poder dizer que tinham experimentado uma das proezas mais incríveis que um homem pode fazer, depois de ir ao centro comercial do Martim Moniz, ou à loja do cidadão dos Restauradores.
Tal não foi a interacção, que quiseram ver como é que a minha bomba se deitava nas curvas. Vai daí, num passo de mágica, pimba, atiram me para o chão para poderem ver melhor.
Resultado, apaixonei-me, foi um amor tão intenso e fugaz ao mesmo tempo, que tornou tudo especial. Fundi-me com o alcatrão, e como não sou de meias medidas, nem gosto que se fiquem a rir de mim, ou que me dêem com os pés, resolvi levar para casa uma recordação desse momento tão belo.
Depois de ter aproximadamente 1,5 segundos para pensar, que foi o tempo que demorei a a caír e a levantar-me, decidi que ia levar um bocado de alcatrão comigo, agarradinho ao meu ombro, e ao cotovelo e ao joelho, do lado esquerdo, o lado do coração.
Ora devo dizer-vos que é algo que não se esquece mais, e a simpatia e prestabilidade dos senhores também não. Enfim, a mota é que não gostou muito de ter sido sodomizada daquela forma bruta e indelicada, mas pronto, agora, vai ter a sorte de ser toda reparada, pintada, apaparicada, sei lá mais o quê que termine em ada, mas que não a aleije muito, que já lhe basta as velocidades loucas a que eu a submeto, que ela quando chega a casa até transpira...
Esta foi sem dúvida uma tarde para recordar, e aprendi uma grande lição, as vespas não são para andar a velocidades tão elevadas, e que o alcatrão também não engana, esfola logo..

7 de outubro de 2009

Quem semeia ventos... apanha a roupa lá em baixo



Ora pois é exactamente sobre esta verdade incompreendida que vos quero falar.
Esta noite apercebi-me da universalidade desta afirmação.
Lisboa esteve submetida a uma espécie de tempestade. Digo espécie, porque não sei bem se lhe posso atribuir esse adjectivo, na medida em que, como raramente presenciamos na capital, este tipo de fenómenos, somos forçados a achar que cada vez que chove com mais força, estamos perante uma tempestade sem precedentes. Quem paga a factura? A roupa. Não há dona de casa que não rogue pragas ao mau tempo, porque têm, tinham ou estavam a contar ter roupa estendida na corda, e agora lembra-se de chover, e lá começa a correria do sofá para a cozinha, a fim de apressadamente ir colher as peças de roupa, por vezes já encharcadas, que os imprestáveis dos outros (homens), que vivem em casa, foram incapazes de recolher.
COntas feitas, 22 peúgas, 4 boxers, 5 cuequinhas de fio dental, 3 panos de cozinha, 1 lençol de banho, e.. porra, caíu uma camisola de carapuço do miguel e 2 tops da joana lá abaixo...
pASSAM A VIDA A ROGAR PARA QUE ESTEJA SEMPRE SOL, a chuva e o vento não gostam nada que falem mal deles pelas costas e depois, toma lá disto, vai apanhar a puta da roupa ao estendal da vizinha e isso é se tiveres sorte e não tiveres de ir ao R/C, e depois lavá-la novamente, por isso, cuidadinho com o que dizem por aí a respeito das condições climatéricas por vezes menos agradáveis, nunca se sabe o que vos pode acontecer ao estendal, com estes terroristas climatéricos e suicidas dos estendais todo o cuidado é pouco.

6 de outubro de 2009

"(...)A vida não é dia sim dia não(...)"

A grande artista da nossa bela praça, Mafalda Veiga, ousou um dia desenhar as letras que fizeram desta uma das mais blas e verdadeiras frases que alguma vez passeou alegremente pelos meus canais auditivos.
De fato Mafalda, tens toda a razão, A vida não é dia sim dia não, nem nada que se assemelhe a tal. Viver implica agira, implica transformar, incidir, errar, sorrir, falhar, sressaír, acertar, viver, implica isso mesmo, viver, ser, estar, querer, pensar. De nada serve o vangloreio individual e estúpido de qem acha que a vida não é mais que um arrastar patético do corpo sem alma, em direcção ao abismo predestinado, daqueles que estão neste mundo sem qualquer objectivo, directriz, linha orientadora, ou o que quer que lhe queiram chamar.
No outro dia quis não viver, estava armado em parvo, estava farto, talvez pelo adiantado da hora, mas quis. No dia seguinte já me tinha passado a estupidez, mas no entanto, ficou-me de aviso no cérebro, que há dias em que não queremos fazer absolutamente nada, e esses dias nem sempre são Domingos.
Dias em que não queremos existir, ou melhor, como diz um grande amigo, disa em que queremos passar o próprio dia com a cabeça enterrada nas almofadas.
Tem graça, nas almofadas conseguimos estar sem fazer nada, mentira, pensamos e não é pouco, assim creio que a conclusão a tirar,é a de que não fazer nada, parasitismo respeitante à mobilidade ou à clara inoperância, é sem dúvida de evitar, como tal, usando uma expressão feliz (coisa rara) dos americanas, it's time to move your ass!

17 de setembro de 2009

nem sei ao certo como te hei de chamar














Porque há dias assim, porque existem seguramente imagens capazes de siderar o mais resistente dos olhares, e o mais apático dos pensamentos.
FOmos presenteados com esse magnífico sentido que é a visão e que nos permite vislumbrar e admirar cenáriso como este, um magnífico embalar do sol, em direcção ao outro canto do mundo, onde irá sem dúvida trazer felicidade a tanta gente que dele depende e por ele vive.
Em momentos como este somos realmente de uma pequenez contrastante com a grandeza que achamos que temos, no fundo, de facto de pequenos não passamos e grandes nuinca seremos comparados com a grandeza das obras, dos astros e sobretudo das imagens que os nosso pequeninos olhos conseguem alcançar.
Limitaremo-nos então a viver nessa pequenez ou procuraremos o crescimento através da imagética que nos surpreende e nos apaixona em fracções infímas de segundos tantas vezes desperdiçados em actividades que de nada valem e para nada servem?
Continuaremos a povoar o mundo com a incerteza própria da humanidade que ainda acha que é consciente, ou tomaremos medidas no sentido de tentar salvar alguma coisa, ou alterar o rumo da mesma, ainda que para isso tenhamos de sacrificar as conquistas e o vangloriar das individualidades, tão próprio dos homens que neste mundo habitam?
AO invés disso seria tão mais altruísta e positivo, preocuparmo-nos com o amanhã e não pensar apenas no imediato que reduz, sem qualquer dúvida, a expectativa do que há de vir, a uma merda de uma casualidade que toda esta bela gente, coloca nas mãos da "entidade suprema", quando diz à boca cheia, que o amanhã, será aquilo que Deus quiser..
Eu quero é que Deus esteja sossegadinho, se deixe de truques e desca da poltrona, para ver o mundo em que vivemos.
Tenho a certeza que se as pessoas conhecessem O Senhor, iriam ficar bastante desiludidas com o velhote, que nem deve já ouvir, nem falar direito e deve ter os olhinhos cheios de cataratas, pois se ele não vê o que aqui se passa só pode mesmo ser pitosga até à quinta casa.
Enfim, não é o fim, mas sim o princípio a que devemos prestar atenção.
Miguel, tu bem sabias e bem dizias que não querias cá ficar muito tempo, foi uma verdade, mas bem sei que davas tudo para poderes cá andar, e nós dávamos tudo para te podermos cá ter. Mas que desde que partiste, isto virou ainda mais de pernas para o ar, acredita que sim...
Mas o futuro trará boas novas, e pode ser que com ele, venha também a capacidade que o homem perdeu de sorrir e de acreditar que acima dos pés está o mundo e que deve tirar de lá a cabeça.

11 de setembro de 2009

Quando te arranjas para mim


Noites frescas, pitorescas, acesas quantas as luzes consegues contar. No cimo de uma colina, lugar mais belo e surdo, de onde para ti menina posso olhar.
Zango-me com o mal que te fazem, farto-me de contigo tanto tempo passar. Mas é a ver-te assim ao longe, mais perto do que pensava, que percebo a razão pela qual é impossível não te adorar.
Assim maquilhada e bem vestida, talvez até te levasse ao altar, mas deixemo-nos de aventuras, que nem só de loucuras, nos podemos alimentar.

Família..




.

Olhares.
Cruzados, de lado, de frente, a medo, de raiva, de sede, de fome, de choro, de felicidade, pensativos, surdos, mudos, calados, por nada, por tudo, de alto, de baixo, de pena, de dor, de carinho, de amor, perdidos, tristes, mortos, vivos, azuis, verdes, castanhos, abertos, cerrados, meio abertos meio fechados

Falam sem dizer absolutamente nada e muitas vezes valem mais que uma valente bofetada.
Aprendo e ensino, quem são vocês? Sei quem são e o que são, sei que imperam na grandeza da sensação. No acordar do novo mundo e ele, que vocês têm na mão. Aqui estou e aqui estarei porque à família jamais se diz que não!

16 de julho de 2009

Pastéis de nata

Naquela tarde Lisboa cheirava impressionantemente a pastéis de nata.
Quando digo pastéis de nata, são mesmo pastéis de nata e não pastéis de Belém, é importante que se perceba já aqui, neste preciso momento, do que estou a falar. Podem pensar que se trata de um preciosismo pateta e elitista, duma intransigência pateta, ou mesmo que se trata de um manifesto anti-pastéis de Belém, mas estão redondamente enganados. O que pretendo é fazer com que a visualização a que vão ser sujeitos, não seja afectada por uma distorção da matéria prima, isto é, por uma errada projecção mental, seja lá do que quer que eu esteja a falar.
Ora, esclarecimentos feitos, retome-se então a corrente da acção, que ia tão bem.
Naquela tarde, Lisboa cheirava impressionantemente a pastéis de nata.
Era como se a capital tivesse sido invadida por um Exército de massa folhada e creme de natas, quente, não muito, mais para o morninho, ou então tratava-se de alguma tentativa garantida, de bater um record do guinness, dos quais somos especiais adeptos, pois não passam 2 semanas sem que alguém tente bater um record do guinness. Ele são as feijoadas, os pães com chouriço, as broas, as bandeiras humanas, o logotipo do modelo com o Toni Carreira a cantar, as peregrinações a Fátima, eu sei lá...
Mas voltando ao essencial, Lisboa estava deliciosamente apetecível. Estava um dia quente de verão, daqueles que Lisboa tem, tantas vezes. Os estrangeiros, saídos dos cruzeiros, das residenciais, dos autocarros, dão centros comerciais, das praias, ou dos jardins com escaldões de fazer inveja a muito boa gente, estavam absolutamente deliciados, à beira Tejo, observando os peixes estranhos que comem toda a merda que lá encontram. bebiam-se cervejas como se não houvesse amanhã, pairava uma estranha aura que nunca antes se vira.
A cidade estava invadida por uma estranha praga de pessoas bem dispostas, que tinha vindo a crescer com o passar das horas. Pessoas sorridentes, bem educadas, simpáticas, cordiais, carinhosas e gentis. Corria pelas ruas que ainda não se tinha ouvido uma buzina de automóvel, autocarro, camião, táxi, durante toda a manhã, que tudo estava surpreendentemente bem.
Não se passavam multas, não se ofendiam as mães de ninguém, não se estacionava em cima do passeio, parava-se nas passadeiras, os restaurantes e cafés estavam cheios, a comida era sempre boa, os políticos não tinham discutido absolutamente nada na assembleia, melhor do que isso, estavam no miradouro do adamastor no bairro alto, em mangas de camisa, a beber imperiais sentados na relva.
Aliás, esta foi de resto a abertura de um dos jornais diários.
Os estrangeiros, recebiam à saída dos sítios de onde vinham uma colher de café.
Subitamente, de todas as ruas, saíam carros alegóricos com tabuleiros e tabuleiros, centenas, milhares, centenas de milhar, milhares de centenas de pastéis de nata, quentes, não muito, assim mais para o morninho.
Foi o dia em que Lisboa esteve de folga.
Acorda.
Quem eu?
Sim tu Lisboa, acorda que te estão a encher de mimos e tu nem dás por nada.
O quê pá? Tu não estás nada bem.
Então tiveste o dia todo a dormir, nem os carros apitavam, os políticos não trabalharam, os taxistas não enganaram, os turistas provaram, e eu também.
Estavas de comer e chorar por mais, não queres de ficar mais um dia em casa? Amanhã até é sexta-feira, fica que o povo agradece.
Não, que esta cidade sem mim não é a mesma coisa.
Vê lá tu que hoje nem sequer acidentes de automóvel tivemos, nem um!
Nem pessoas a dar entrada nos hospitais, nem nenhum funeral, nem chamaram os bombeiros, nem a polícia, nem o nadador salvador, nem o OK teleseguro...
E achas que isso é bonito, basta eu dormir até tarde que viram logo a casa de pantanas, por estas e por outras é que eu não como pastéis de nata, vendo-os todos.

12 de julho de 2009

hoje..

Hoje, vem sempre no seguimento descompassado do ontem, numa cadência enjoativa, que nos condena terminantemente a correr, vivendo a vida, que é bem diferente de viver a vida a correr.
Correr vivendo a vida, traduz-se essencialmente, num passar a vida a correr, mas vivendo mais propriamente a corrida do que a própria vida. Isto está errado, ou pelo menos deveria estar.
As pessoas nem se apercebem deste desporto mundial, que poderia mesmo ser apresentado como nova competição olímpica. Sei de fonte segura, que só não o é, porque não haveria mãos a medir pela competição feroz que desencadearia. Todos os praticantes das mais diferentes modalidades se aperceberiam da verdadeira dimensão do desporto proveta, e de imediato, desistiram das suas gloriosas (ou nem por isso) carreiras, para se alistarem nos quadros desta modalidade. Haveria assassinatos nas aldeias olímpicas, a máfia passaria para a competição mais depressa do que nos passa o vento pela cara, nas manhãs de Inverno.
Ora, deste modo temos então a noção, ou pelo menos deveríamos ter, de que não há, ainda, porque não faltará quem se lembre, de começar a comercializar isso na net daqui a uns anos, prolongamentos contratuais com o Senhor, para o prolongamento do tempo que podemos ter neste planeta. Por isso mesmo, é mais do que hora de realmente percebermos se andamos a correr vivendo a vida em simultâneo, ou se andamos a viver a vida a correr. Nenhum dos dois é bom, caso ainda não tenham percebido, mas esse é de facto, o ponto crucial da parvalheira sobre a qual acabo de dissertar. Abandonem as duas hipóteses correctas e transformem as vossas vidas. É difícil eu sei, acordar bem disposto, não nos enervarmos com os taxistas e com as mulheres e velhos no trânsito que temos de atravessar para chegarmos ao emprego, onde o patrão, que muitas vezes nem sabemos bem quem é, está sempre a ameaçar com cortes nas despesas e despedimentos colectivos, não saber o que havemos de almoçar, pedir uma Coca-Cola e levar com uma pepsi(a letra pequena é propositada, não se trata de desatenção do palerma que escreveu isto), chegar a casas e ter o marido, ou a mulher, a dar-nos um "chá preto" porque não fizemos a cama, não fomos levar o lixo, deixámos acabar o leite, não pagámos a luz, bla bla, tudo isto é complicado, eu sei, mas não é por correrem a ver passar a vida, ou por passarem a vida a correr, que isso vai aliviar a pressão. Nem tão pouco é por andarem com caras trancadas e de sorrisos no bolso, para dar de quando em vez, tal como fazemos com os elogios, as prendas, os carinhos, os abraços, os bom dia, boa tarde, boa noite e até amanhã, que a situação vai melhorar.
O que me dizes tu quanto a isto?

11 de julho de 2009

amanhã

Ele diz que isto é uma espécie de coisa nenhuma, sem jeito para nada, que encontra na rua toda uma variedade de sacos vazios, papeis em branco, moedas que não mais têm valor, pessoas, que não mais têm nome, ou voz, ou olhos, ou verrugas proeminentes.
Diz que este mundo, está assim digamos para o, esquisito, perdidamente alucinado, com uma prisão de ventre absolutista, que se traduz na total ausência de seja lá o que for.
Mas no meio de tudo isto, ele há coisas que são deveras caricatas. Então não é que mesmo o mundo estando neste estado, ele ainda continua todos os dias a saír à rua para encontrar mais sacos não tão vazios, papéis ligeiramente riscados, moedas que têm afinal um pouquinho de valor, pessoas que afinal ainda têm nomes, embora curtinhos, como Tó, Zé, Jo, Ana, que continuam a olhar-nos, e algumas ainda têm pequeníssimas verrugas tímidas. Ou seja, há sempre um amanhã pelo qual vale a pena acordar, ainda que seja, para se repetir aquilo que se fez ontem, mas pode sempre acontecer algo, subitamente, que transforme o hoje, num grande futuro.
Ora se isto não é ser positivo, então não tenho mesmo jeito para nada, nem para esvaziar os sacos que o gajo tanto quer ver cheios de qualquer coisa que não seja o já repetido nada que lá tem todos os dias.

7 de junho de 2009

Substituíção - Saiem ao intervalo Charles smith e o engenheiro e entram Oliveira e Costa e João Rendeiro

Espantoso não é? Como se consegue ludibriar a opinião pública com tanta facilidade, como se consegue que de facto as pessoas substituam nas suas mentes assuntos importantíssimos e que não deveriam de modo algum ser esquecidos, em detrimento de outros, menos importantes, embora também eles graves. Mas de facto, se o caso Freeport é importante porque envolve o alegado favorecimento por parte do senhor engenheiro de determinadas entidades, os casos BPP e BPN, são de muito maior importância e relevo. Porquê??
Porque mexem com aquilo que de mais sagrado existe na vida dos Portugueses. O pilim, o carcanhol, a pasta, a guita.
É verdade, o dinheiro é sem dúvida o bem mais precioso que o "ser" portuga tem na vida. Qual saúde, qual família, qual carapuça, se não há dinheiro não mais nada. Então qual a melhor estratégia para dar tempo ao senhor engenheiro de se recuperar, de ganhar tempo, de pensar em estratégias para se limpar, com as toalhitas Dodot que guarda dos tempos em que foi papá. Encher os meios de comunicação social, com notícias referentes a escandalos em 2 bancos, um deles de renome nacional, que contava inclusive com figuras de proa na sua auto promoção, Luís Figo e a diva Catarina Furtado.
Nada melhor que pôr toda uma nação a assistir aos desenvolvimentos do caso em que mais uma vez, um bando de ladrões de fato e gravata que brincam com a matemática, fizeram desvios de dinheiro, muito dinheiro, mais do que os jackpots do Euro milhões, e que agora foram descobertos. Se juntarmos a este facto perturbante, o formato em que o caso nos é apresentado, tal e qual uma obra da mais pura ficção nacional, temos o país amarrado a ela, seguindo capitulo a capitulo, os desenvolvimentos dos episódios.
Enquanto isso, o senhor engenheiro esfrega as mãos de contente, até porque para além disso, tem o anãozinho envelhecido a animar a campanha das eleições, que supostamente eram europeias, mas que se assemelharam a uma dissertação de insultos e bitaites dirigidos uns aos outros, em jeito de campanha eleitoral da feira do relógio.
Conseguiu que o país se esquecesse das divergências com o senhor do bolo, vulgo P.República, que fosse posto de lado todo o processo que envolveu a sua licenciatura, agora o freeport, já ninguém se lembra dele, e assim vai andando o país.
Para juntar a isto tudo, há a campanha ridícula de apoio à Selecção Nacional dos coitadinhos, que precisam que toda a nação acredite neles, como se estivéssemos perante um bando de mentirosos que precisam da desculpabilização pública dos crentes.
Assim vai o nosso Burgo, que de país cada vez tem menos.
Restam-nos as agradáveis bebedeiras que se vão apanhar nesta semana que aí vem, de santos populares, sardinhas e cervejas.
Saiam à rua e aproveitem para esquecer o dito país em que vivemos, que já conheceu dias bem melhores.
Mas nem tudo é mau caríssimos, a temperatura vai subir, as praias vão encher-se de bonecos insufláveis que passaram o ano nos ginásios para se transformarem em armários pressurizados, e que agora vão exibir as suas musculaturas de lançadores do martelo, felizes da vida, banhados em óleo, a brilhar como um vidro lavado.
Ai Portugal Portugal, tanto mal te fazem e tu nem te queixas, nem um guinchinho de menina de escola se te ouvimos dar. Valente.

6 de junho de 2009

Tu escreves o que dizes..

Existem por aí pessoas que têm objectivos nobres.
Estão vocês a perguntar-se, quem?
Não é o Oliveira e Costa nem o dias Loureiro, nem tão pouco a Manuela Moura Guedes ou o Vital Moreira.
Estou neste momento a falar-vos de alguém que tem como objectivo, escrever e dizer aquilo que pensa, e não é que o sacana vai mesmo editar um livro?
Almas Duras, o título, Chiado editora, o patrocinador da loucura, quando? 28 Junho no bar FOXTROT junto a São Bento.
Será sem dúvida um marco na ainda recém nascida, mas já muito intensa carreira deste jovem autor, um prodigioso pensador de labaredas lexicais, que se aventura nessa tão nobre e concretizadora actividade que é a escrita.
Desejo-te toda a sorte do país, pois seria demasiado desejar-te toda a sorte do mundo, que depois não tínhamos como ir ao Mundial 2010, nem como conseguir tirar o Engenheiro do poder, nem prender o Vale e Azevedo ou acabar com as sandes de courato.
Estou contigo meu amigo.
Grande abraço.

21 de maio de 2009

YES WE CAN vs. SIM, EU ACHO QUE CONSIGO

Sô Barack, foi com enorme gosto, e até com alguma dose de boa disposição desconfiada, que o ouvi a apregoar aos cantos todos e mais alguns deste belo e pequeno quintal, que é o "SEU" planetita terra, que somos capazes, sim senhor, que conseguimos, que isto, aquilo e acoloutro e até mesmo, exacto, isso tudo.
Ora, desculpe-me a ousadia e perdoe-me o cafagestismo agudo e desafiador, quando me dirijo à sua nobre e mui eloquente pessoa, para lhe dizer que, ah e tal e isso é tudo muito bonito sim senhor, nós podemos, nós conseguimos, nós isto e rebéubéu pardais ao assador, mas nós aqui neste pequenino burgo, confinado a um pequeno cantinho que serve de passagem aos vossos voos da CIA, ao transporte ilegal de passageiros para aquela colónia balnear que têm em Guantanamo, e mesmo às reuniões de amigos que se preparam para decidir qual o país que vão atacar, que se realizam normalmente naquele pedaçito de terra cheio de flores e pessoas simpáticas, no meio do vosso Oceano atlântico, que desde já muito gentilmente eu venho agradecer, a disponibilidade e caridade que vocês têm para com o pessoal todo que se banha nas vossas águas. Bem sei que o Atlântico banha a nossa costa - nem sei se posso falar assim sobre Portugal, e atrever-me a dizer que algo é nosso, mas tudo bem, vamos fazer de conta que ele até é nosso - a GENEROSIDADE QUE DEMONSTRAM EM NOS DEIXAREM DAR UMAS MERGULHAÇAS NESTA ENORME PISCINA, É SOBREMANEIRA APRECIADA. Mas indo ao essencial, queria apenas dizer-vos que a tal mensagem em causa é muito bonita, mas em Portugal nós vemos as coisas de outra forma, em vez de dizermos sim, NÓS CONSEGUIMOS, preferimos dizer, EPÁ, SE CALHAR, ACHO QUE SOU CAPAZ DE CONSEGUIR LÁ CHEGAR. Reparou em alguma diferença? Pois, tem razão, talvez sejamos ambiciosos demais em achar que somos capazes de alguma coisa, mas também nunca fez mal a ninguém sonhar um niquinho. Sim, nós não somos assim muito importantes, mas até somos simpáticos, por exemplo, lembra-se que nós fomos ajudar-vos a matar aqueles iraquianos duma figa, não é, que tinham armas de destruição não sei do quê... e que tinham snippers de 5 anos nos telhados, os malandros, e nós ali ao vosso lado, a matá-los.
Por isso, em tempos de crise, e porque não podemos pedir nada ao nosso Engenheiro Sócrates, oh, não seja assim, pare lá de troçar do homem, que ele já nem pode ouvir dizer que tirou o curso num domingo, você também é levado da breca Barack, bolas, não lhe conhecia esse seu lado galhofeiro e esse gosto desenfreado pela pândega.
Bem, como eu dizia, se tiver um tempinho e se for possível dê cá uma passadinha no burgo, que recebemos muito bem os emigrantes, arranjamos-lhe um trabalhito, assim a construir grandes coisas de futuro, tipo prédios, ou algo não muito cansativo sim?
Abraço forte e continuação de boas viagens.

15 de maio de 2009

E agora?

Agora olha, é esperar para ver.
Há dias, em que os próprios dias enervam, as horas chateiam, os minutos não passam, e os segundos são ensurdecedores...
Nesses momentos o que devemos fazer?
Para além de soltar um habitual Fo**-se, possivelmente a solução poderá passar, por encontrar um qualquer objectivo do estilo, haaaaa, tirar macacos do nariz, com os quais seguidamente podemos fazer movimentos interdigitais circulares até termos uma pequena bola seca de muco, algures entre o indicador e o polegar, ou então com o mindinho, tirar o excesso de cera que habita no reservatório anterior ao tímpano.
Bem, sei que pode ser um tanto ou quanto asqueroso, mas são pequenos conselhos como este, que permitem quebrar o gelo dos momentos ridículos em que esperamos em vão, sem sabermos bem porque é que estamos à espera, e de que é que estamos à espera. Assim, nesses momentos em que assim estamos, digamos, fodidos, por não sabermos porque é que estamos fodidos, mais vale limpar o salão, para que comece o baile.
Pensem nisto, pode ser que dêem convosco a sacar burriés e a limpar o tímpano, mas não se se esqueçam, cotovelo em ângulo de 90ºc e sempre, mas sempre com o mindinho.

4 de maio de 2009

Copos de água

Ora, antes de começar, gostaria de terminar.
Copos d'água, porquê?
Porque tenho sede, ou simplesmente porque me apetece escrever sobre esse universo por descobrir, que são os copos d'água gentilmente cedidos pelos mui nobres empregados de balcão, desses cafés espalhados por esse mundo fora.
Fico espantado como há tanta gente a apregoar aos 7 ventos que o mundo já não é o que era, e que já ninguém dá nada a ninguém.
Ora, não é então um acto extremamente solidário, alguém que trabalha, 12 horas num café, sabendo o preço a que água está, que ela está cara como o ouro, que é um bem precioso, que não se deve desperdiçar água, que devemos aproveitar a água do banho para despejar na sanita, depois do belo do cócó, e que devemos ainda guardar um pouco para lavar os dentes, se não é solidariedade, andar a distribuir copos d'água por transeuntes, sem cobrar um único cêntimo.
Nem temos de nos esforçar muito. Basta entrar, chegar ao balcão, se quisermos ser ligeiramente compreendidos, fazemos um ar cansadíssimo, como se viéssemos a caminhar desde o Algarve, e então pedimos o nosso copo d'água. Seguidamente, agradecemos a gentileza do empregado e saímos porta fora, à procura do novo rodízio de néctar precioso.
Desta não estavam à espera. Quem dá o que tem a mais não é obrigado, e quem dá o que não tem??
Está eternamente condenado.
pensem nisto, ou então, não pensem em nada, que isto de andar para aí a distribuir copos d'água, só tem é de acabar.

21 de abril de 2009

Quanto mais se lê...

Uma conclusão um tanto ao quanto parva, a que tenho chegado ultimamente, é que o ser humano se torna tanto mais inteligente, quanto mais material escrito tem a capacidade e a possibilidade de ler.
Ou seja, quem lê é inteligente, e quem não lê, é parvo, é estúpido, é BURRO!
Meus amigos, ler é de facto muito importante, acima de tudo, ler material que não tenha qualquer imagem, que nos faça, IMAGINAR, criar mundos nas nossas modestas e deturpadas mentes e deixar o cérebro evoluir, criar, inventar, projectar mentalmente através da visão do pensamento, as características´físicas do material que lemos.
Creio que o cerne da questão reside mesmo no trabalho que se deve dar à imaginação. Não é preciso pensar muito para cada um de nós perceber a importância real que tem esta nobre capacidade do ser humano, mas deixo-vos então um conselho, leiam, estimulem as pessoas com quem passam mais tempo a ler também, pais, filhos, amigos, namoradas, namorados, avós, tias, tios, vizinhos, empregados de café, amigos do futebol, bla,bla,bla... mas acima de tudo, leiam, não só no tempo livre mas também no tempo ocupado. Parece que já estou a ver, o país inteiro na leitura, a imaginar, e o Sócrates a passear...
É isso, toca tudo a ler, porque se lermos todos, eles não têm para quem pregar, e limitam-se só a roubar o povo, sem que nos custe nada.

5 de abril de 2009

A vida não está fácil

Bem sei que o título dado a este pequeno epitáfio, é por todos já sobejamente conhecido, mas, mas nada.
Quem tiver a coragem e a simultaneamente a honra de ler esta parvoíce, mais uma daquelas tão boas com que vos tenho presenteado, perceberá, ou talvez não consiga mesmo perceber (se assim for paciência, também ninguém morre...) a razão pela qual assim resolvi chamar esta estupidez traduzida em palavras.
Ora, comecei a trabalhar...
Muitos de vós estarão a pensar várias e distintas coisas, mas aqueles que têm alguma estima e apreço pela minha mui nobre e leal personalidade, terão um pensamento em comum, pelo menos este têm de ter, se não o têm, é porque ou não gostam tanto de mim assim, ou simplesmente são uns bois. Assim, como eu dizia, aqueles que nutrem algum carinho pela minha distinta e estúpida pessoa, estarão a pensar:
"Estás a trabalhar? Boa pá, ainda bem, vais ganhar umas pastas para os teus gastos, e sempre passas o tempo. Mas já agora, e como ainda não disseste, estás a trabalhar em quê? Ainda não disseste..." Aqueles que não gostam tanto de mim assim, ou que simplesmente são uns bois, estarão a pensar o seguinte:
"Fod..... Tás a trabalhar? Já não era sem tempo. Tinhas medo de magoar as mãos era? Ou achavas que isso de andar a tirar o curso de profissional a limpar rabos a meninos e contar histórias para eles adormecerem ( Esclarecendo que as pessoas que não gostam tanto de mim assim, ou que simplesmente são uns bois, tem esta marcada e brilhante designação para a Licenciatura em Educação de Infância) dava dinheiro a alguém... Vai mas é trabalhar malandro!!
Mas já agora, 'tás a trabalhar em quê? A ensinar os míudos a fazer desenhos é?? Ou a explicar-lhes como é que se põe a comida a aquecer no micro-ondas, ou então ainda melhor, trabalhas como professor de atar atacadores e de não comer macacos do nariz? hahaha..."
Pois bem, para todos vocês, os que gostam muito, os que gostam mais ou menos e os que não gostam tanto assim ou então são uns bois, estou a trabalhar no Oceanário de Lisboa.. Incha Porco, vai buscar, toma... embrulha...
Mas agora é que vem a a parte boa, então e o que é que o senhor Educador de infância, que ainda não exerceu a sua licenciatura e que agora se vai tornar num mestre em Jornalismo, está a fazer no Oceanário??
- Eu??
- Ando para lá, bem longe dos peixes a fazer... a ... bem... eu... ahhhh....
Pico bilhetes na entrada da exposição dos Monstros Marinhos...
Pronto, agora é aquela parte em que simultaneamente, aqueles que gostam de mim, os que gostam mais ou menos, os que não gostam tanto assim ou então são uns bois, se juntam todos em uníssono e soltam uma gargalhada igualzinha aquela que soltam quando vêm alguém a cair, ou a ser completamente encharcado por um carro que passa junto a um passeio onde mora uma poça do tamanho do Rio Tejo...
É verdade, ando a picar bilhetes.. Ganho 2.60 euros à hora, tenho subsídio de alimentação, estou 5 horas de pé, num raio de acção de aproximadamente 7 metros quadrados, e... mais nada.. pico bilhetes e indico às pessoas, onde fica o Oceanário, sim o maior da Europa, o segundo maior do mundo, porque o primeiro é no Canadá.
Creio que neste momento, até os bois e os que não gostam assim tanto de mim, estão com uma cara estranha e com um minúsculo sentimento de pena..
Mas deixem-se disso.. afinal de contas farto de praticar o Inglês e o Espanhol, com os quais me dou muito bem, a quem simplesmente tenho de perguntar se têm bilhete, se já foram ao Oceanário e se ainda não foram, apenas tenho de lhes indicar o caminho que está mesmo debaixo das suas maravilhosas e estrangeiras FUÇAS.
Bem, podia ser pior, mas como diz a minha santa mãe, a vida está difícil filho.

30 de março de 2009

O que os olhos não vêem o cérebro não sabe

Estranha a ideia formada de que tudo somos capazes de ver, com a magnífica ferramenta que a genética se encarregou de nos transmitir. Os olhos.
O que são? Para que servem? Perguntas triviais e básicas que qualquer ser humano, mesmo o menos instruído ou o mais estúpido são capazes de responder. O problema, é quando se pergunta a alguém, o que é que os olhos não vêem. Há dias deparei-me com essa mesmíssima interrogação, quando vi alguém na rua que julgava conhecer, rapidamente me apressei a chamar essa mesma pessoa. Primeiro num tom de voz mais elevado, pois a pessoa, seguia a alguns metros de mim. Seguidamente comecei a baixar o tom de voz, porque naturalmente ao fim de três ou quatro berros de peixeira de mercado, percebi que a pessoa não tinha sequer inclinado a cabeça à procura do som familiar, que corresponde ao nosso próprio nome.
Desiludido e frustrado, prossegui o meu caminho em direcção ao autocarro que entretanto acabei por perder, claro está. Na viagem para casa dei por mim a pensar, que o cérebro humano tem várias limitações. Como por exemplo, aquela que está relacionada com esta estúpida aventura que serve de introdução a esta pseudo teoria leviana. O nosso cérebro tem uma enorme capacidade de armazenamento de informação, mas não consegue fazer a "simulação" da evolução, do aspecto físico de uma pessoa. Ou seja, alguém que conhecíamos bastante bem, há 10 anos atrás, permanecerá para sempre gravada na nossa mente, como a pessoa e a figura que nessa altura conhecemos. Não conseguimos de modo algum saber como é a cara da pessoa 10 anos depois, se engordou, se envelheceu, se foi brutalmente espancada e agora tem os dentes partidos e a cara cheia de cicatrizes... NADA, ABSOLUTAMENTE NADA! E permanecemos nessa ignorância até voltarmos a encontrar a pessoa, seja lá onde for e como for.
Ou seja, o cérebro esquece as amizades para ter capacidade de fazer novas amizades, deixa de gostar de umas coisas para passar a gostar de outros. O próprio cérebro é selectivo e discriminatório. Se a sociedade é o conjunto das individualidades, então o conceito está minado desde o início. O indivíduo é sempre egoísta e selectivo, não há de a sociedade o ser em muito maior escala...
Coragem, nem tudo está perdido, resta-nos imaginar aqueles que conhecemos como imortais, até que um dia saibamos que casaram, tiveram filhos, viveram e morreram atropelados por um alcoólico de patins em linha... ou não.

26 de março de 2009

Penso, logo injusto

Na busca da identidade, não a dos outros, mas a nossa, acabamos por esbarrar no marasmo de confusão em que se transforma o nosso pensamento. Apercebemo-nos que sabemos tão pouco e que no entanto acreditávamos que éramos detentores de uma sabedoria inquestionável. Deparamo-nos tantas vezes com as encruzilhadas da vida, a que achamos que somos completamente submissos.
Existem momentos na estrada que percorremos, em que acreditamos piamente que estamos a controlar totalmente a situação, mas mais não estamos do que simplesmente a ser conduzidos por fatalidades incontornáveis, que são os acontecimentos em que nos afundamos.
O ser humano tem a natural tendência de acreditar que nunca é responsável por tudo o que cria, mas que o destino é, esse sim, impiedoso e maléfico e que nos castiga diariamente sem percebermos porquê.
Deixem-se de pieguices homens, assumam de uma vez por todas a privilegiada posição que têm e a fantástica capacidade com que foram prendados, o pensamento. Pensem antes de agir, mas não deixem também de agir sem pensar, porque quando pensamos que sabemos o que fazemos, no fundo não sabemos em que é que estamos a pensar.

17 de fevereiro de 2009

Vidas..

Na vida passamos por momentos de singular beleza a que tantas vezes não prestamos a devida atenção e não damos a atenção e importância que estes merecem.
Tantas são as vezes em que presenciamos acontecimentos, ainda que espontâneos, de uma beleza singular, mas que no final desses dias, já nem sequer nos recordamos do que vimos.
Em contrapartida, os momentos menos positivos pelos quais passamos, fazem questão de ficar gravados na nossa mente durante horas, dias, noites, semanas, meses e talvez até por muitos, longos e penosos anos. A que se deverá esta incongruência cerebral? Qual será a justificação, se é que esta existe e é aceitável, para ignorarmos o belo e privilegiarmos o feio? De menosprezarmos a beleza da felicidade em detrimento da crueldade do miserável e hediondo?
Várias são por certo as explicações que podem ser apontadas para justificar esta falhar arquitectónica da nossa mente, mas creio que nenhuma é suficientemente expedita ao ponto de nos convencer a todos, ou pelo menos, a uma grande maioria, visto que é impossível fazer crer toda a humanidade que existe algo de positivo nessa mesma falha.
Quero acreditar que há uma razão válida e fundamentada para essa estupidez gananciosa, mas no fundo, o sol que brilha lá fora, os sorrisos das crianças, a natureza que nos rodeia, as piadas dos amigos, as vitórias do meu clube, o amor de quem me ama, o carinho que sinto por todos aqueles de quem gosto, as maravilhosas sensações provocadas pelas refeições que me fazem salivar, as bebidas refrescantes, as perspectivas de futuro, o sonho de uma família, as viagens que faço, as cidades e culturas que conheço, as fotografias que tiro, não me deixam acreditar, que exista uma razão lógica para essa prevalência do feio sobre o belo.
Antes me atrevo a afirmar que o fazemos, porque somos máquinas falíveis e dramaticamente formatadas pelas imagens com que somos bombardeados diariamente, com os conceitos e preconceitos em que nos fazem acreditar.
Revoltem-se meus amigos, a vida É BELA, e tudo o que de belo existe nela, tem de ser valorizado.
Juntos somos capazes de transformar a sociedade.
Junta-te já ao movimento de transformação social para o privilegiar do belo.
A felicidade está à tua espera, na esquina mais próxima, e não, não usa mini-saia e não fuma Marlboro 100% e no final não te pede 30 euros. Não custa nada. E vale a pena tentar.

9 de fevereiro de 2009

Acreditar.. é nele que está o ganho?

Remeto-vos para o mais profundo âmago do pensamento, onde se situa a nobre capacidade de querer ou não querer, de sonhar ou não sonhar, de amar, de odiar, de perdoar, de chamar, e sobretudo de acreditar.
Nos dias que correm é cada vez mais difícil querer, sonhar e sobretudo, acreditar. São negros o dias que vivemos, dominados pelas consequências mais que óbvias do capitalismo desenfreado em que o planeta mergulhou no século XX e que agora somos nós, o povo em geral, o povo que acaba sempre por sofrer todas as consequências dos actos "heróicos" dos artistas que comandam os nossos destinos e em quem tristemente acabamos por votar.
A experiência que acabou por se revelar determinante, foi a minha ida a uma sala de cinema, na passada 6ªfeira dia 6 de fevereiro. O filme não é determinante, aquilo que marcou de facto o meu olhar, foi constatar, no momento em que acenderam as luzes após 3horas de filme, que mais de metade da sala estava, estava com a cara repleta de lágrimas, homens e mulheres. A minha conclusão foi simples, fiquei deliciado ao ver que, numa época em que o ser humano é frequentemente acusado por outros seres humanos, de ser e estar cada vez mais egoísta, ainda existem acontecimentos capazes de unificar toda uma multidão que se desconhece por completo, numa ausência de palavras e sons, apenas numa comunhão de lágrimas e de sentimentos, passo a redundância, sentidos da mesma forma por mais de 100 pessoas.
Devemos acreditar? Devemos ter esperança? É de facto aquilo que me apraz dizer, que temos e devemos acreditar sempre que algo de melhor está para vir. Todos nós já estivemos na chamada "fossa", mas já nos levantámos e voltámos a ver a luz, a ver o outro lado do muro. Viver é de facto uma dádiva, uma sorte imensa, que não devemos de modo algum desperdiçar, com sentimentos derrotistas e negativos perante a nossa própria inércia, a nossa própria ausência e construção de objectivos, que alimentem a crença na melhoria.
Acreditar é querer, é ganhar é vencer.
Eu acredito. O que me dizes tu?

Acreditar.. é nele que está o ganho?

20 de janeiro de 2009

OBAMIZAÇÃO.. 2009 até quando ele quiser

A febre, a loucura, o entusiasmo, a ansiedade, a esperança, a crença, o sonho e tantas outras emoções, concentram-se neste histórico dia 20 de Janeiro de 2009. Para muitos, este é sem dúvida o renascer da esperança, o acreditar numa possível transformação da política totalitarista, ditatorial, autoritária, isolacionista e egocêntrica que marcou a presidência daquele senhor dos braços compridos, desajeitado, mau falante da língua materna, arrogante, prepotente, sem graça, mafioso, ladrão, corrupto, que foi considerado unanimemente como o pior presidente da história daquela que é a nação mais poderosa do nosso planeta azul. Espera-se muito de Barack Obama, muito mesmo. Por tudo o que representa, por todas as esperanças que recaem sobre os seus ombros e que o fizeram chegar ao lugar onde passará a estar, por todo o apoio que recebeu, por ser o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos da América e tantas outras coisas. O mundo está de olhos virados para Washington neste dia 20 de Janeiro e estará virado para as acções de Obama durante estes primeiros tempos, em que se esperam mudanças significativas. Obama não é só o homem mais elegante do planeta, onde consta o nosso querido Primeiro José Sócrates, é também o homem mais poderoso do mundo. Justo cognome, qual rei da idade média, que é atribuído ao presidente americano, uma espécie de senhor dos anéis contemporâneo. Obama, Portugal está contigo, acredita em ti. Que se lixe a crise, a taxa de desemprego e a precariedade no mesmo, a inflação, os salários congelados, os sem abrigo, a criminalidade violenta, o processo casa pia, o primeiro ministro que acabou o curso a um Domingo e que nem a carta de condução tem legal, o apito dourado, a máfia do futebol, os jornais deprimentes da TVI, a dependência dos vizinhos espanhóis, o roubo dos combustíveis, os sucessivos aumentos nas portagens, os despedimentos colectivos e sei lá mais o quê... Meus amigos, esperança, o Obama é presidente e isso vai ser bom aqui para a gente.. não é? Porquê?? Sei lá, acho que calha bem dizer bem dum país que praticamente nem sabe que existimos, mas afinal, somos sempre solidários com os outros e raramente connosco mesmos. Dá-lhe aí meu grande maluco, que aconteça o que acontecer Portugal estará sempre contigo, no Afeganistão, no Iraque, e seja lá onde for que esses tiranos se desloquem para invadir ou ocupar território de alguém. Viva o Obama, viva o Sócrates e que Deus abençoe a América, que nós não precisamos de bênçãos de ninguém, porque temos o melhor jogador de futebol do mundo.

5 de janeiro de 2009

2009...Ano novo, vida não tão nova

Começou mal, continua mal, seguirá melhor?
Será que os dias que seguem os dias, precedem as noites que os conhecem de cor?
Em jeito de conclusão segue-se a introdução, em parte dependente de uma enorme confusão, do oriente ao ocidente, da longínqua memória distante, da perpétua sensação dilacerante. O confuso torna-se óbvio, o tranquilo ascende ao surreal, perenes as sensações matinais de um poeta mergulhado no real.
Segue-se o ano ímpar, o número 9, o eixo do desconhecido, assume-se bem parecido, assume-se convidativo, assume-se descritivo e nada repetitivo. Os mesmos ventos sopram, sempre de norte para sul, neste nosso lindo Portugal, lovelly, amazing, wonderfull.
Admira-me a capacidade que temos de criar, de construir, cada um de nós constrói a sua própria realidade com fragmentos do que observamos, grandes peças do que pensamos, enormes quantidades do que sentimos, mas no final tudo acaba por se resumir a uma só precedência. A influência que o Eu assume na programação do presente e na idealização do futuro. Confiança, força, presença, peito aberto às balas e acima de tudo coragem para enfrentar novos desafios. Para a frente é que se olha, para cima se der mais jeito, prefiro sonhar bem alto, do que cair sem qualquer preceito.
Viver é viver, morrer é engrandecer a vida que se viveu. Mas a morte nunca alcança a grandeza dos feitos de quem vive e nunca tem a força, mesmo que ambicione tê-la, das imagens constantes que gravamos na mente, como se os nossos olhos fossem pequeníssimas câmaras de vídeo, que gravam ininterruptamente o visual e desenhado contorno dos dias pelos quais passamos. A morte resume-se a isso mesmo, ao sinónimo de fim físico, de terminus da essência. Viver é mágico, morrer é simples.
Nascer é um privilégio e este ano acabou de nascer, como tal, devemos sentir-nos extremamente privilegiados por estarmos a assistir a mais um nascimento de um novo ciclo.
Força Portugal que este ano, embora tenha começado mal, irá ser por certo, algo de fenomenal.