26 de março de 2010

Nem tudo o que vemos é FEIO

Longe vão os tempos da inocência infantil, que faziam de nós, mais que simples Eus, seres capazes de sermos surpeendidos constantemente, pelas mais hilariantes e recambolescas histórias que nos eram contadas.
A Infância marca o período mais belo que o ser humano vive, no que diz respeito a tudo o que lhe passa pelos olhos.
Os olhos de uma criança visualizam coisas que nenhum outro ser humano tem a capacidade de conseguir ver.
Reside nesse olhar a capacidade fantástica da surpresa, a magnificiente falta de controle e de noção da realidade, que permite ao seu pequenino e inocente cérebro, descodificar mensagens que à partida podem vir carregadas de maldade, mas que perante os seus olhos, são apenas mais um bloco de imagens, que provocam sorrisos de espanto, de admiração, de fantasia, de sonho, de encanto, de felicidade e novidade, pois, o mundo que vêem, é exactamente aqule que lhes permite criar na mente as primeiras concepções de mundo, na verdadeira natureza dessa palavra.
Contudo, quando me atrevo a falar na natureza da palavra Mundo, acanho-me por constatar que de facto julgamos ter o domínio da sabedoria e da sapiência, e que podemos qualificar verbalmente tudo aquilo sob o qual colocamos o nosso olhar, mas no entanto, não somos mais que pequenas crianças, porque as imagens que já vimos e com as quais moldamos o nosso conhecimento, não deixam de ser obrigatoriamente, imagens que provocam sensações de forma tão básica e primária, quanto a que as crianças usam automaticamente, sendo que a diferença principal residirá, na capacidade que NÓS, pelo menos alguns de nós, temos de interpretar essas imagens, de as arrumar em gavetas semelhantes, onde já temos imagens parecidas, da mesma família.
Temos e DEVEMOS, acima de tudo, de ser crianças, de voltar a ser crianças, de recuperar essa vivacidade perdida, essa alegria contagiante, que faz os adultos sorrir, e dizer, é tão ingénuo, pois é, mas aprecia as coisas lindas da vida, ou melhor, para eles, quase tudo é belo, nada é Feio, a não ser os cócós dos cães, ou as amigas das avós.

2 comentários:

susana disse...

O mar é dos grds e dos pequenos e de Pablo Neruda:" O seu ímpeto é amargo, o seu canto é estrondo. A sua espuma revolucionária conta-me coisas e rebenta, conta-me coisas e despenha-se, chama por mim e já se foi" Se fosse criança apaixonava-me por poesia..

Anónimo disse...

Só não vemos porque não queremos amigo! temos que olhar cada coisa como se fosse a primeira vez, sábias palavras as de Pessoa... O mundo é fascinante. A nossa cidade é fascinante. VIAJEM, nem que seja pela baixa, pela velha, pela nova, pelo habitual. Tenham é espírito de viajante, tudo vai parecer diferente. Além de fascinante é sedutor, é um novo fôlego, uma nova vida, é nascer! somos livres e somos nós realmente, não há nada como viajar...

Gostava mesmo muito que fizesses um texto sobre viajem, excede-te!