7 de junho de 2009

Substituíção - Saiem ao intervalo Charles smith e o engenheiro e entram Oliveira e Costa e João Rendeiro

Espantoso não é? Como se consegue ludibriar a opinião pública com tanta facilidade, como se consegue que de facto as pessoas substituam nas suas mentes assuntos importantíssimos e que não deveriam de modo algum ser esquecidos, em detrimento de outros, menos importantes, embora também eles graves. Mas de facto, se o caso Freeport é importante porque envolve o alegado favorecimento por parte do senhor engenheiro de determinadas entidades, os casos BPP e BPN, são de muito maior importância e relevo. Porquê??
Porque mexem com aquilo que de mais sagrado existe na vida dos Portugueses. O pilim, o carcanhol, a pasta, a guita.
É verdade, o dinheiro é sem dúvida o bem mais precioso que o "ser" portuga tem na vida. Qual saúde, qual família, qual carapuça, se não há dinheiro não mais nada. Então qual a melhor estratégia para dar tempo ao senhor engenheiro de se recuperar, de ganhar tempo, de pensar em estratégias para se limpar, com as toalhitas Dodot que guarda dos tempos em que foi papá. Encher os meios de comunicação social, com notícias referentes a escandalos em 2 bancos, um deles de renome nacional, que contava inclusive com figuras de proa na sua auto promoção, Luís Figo e a diva Catarina Furtado.
Nada melhor que pôr toda uma nação a assistir aos desenvolvimentos do caso em que mais uma vez, um bando de ladrões de fato e gravata que brincam com a matemática, fizeram desvios de dinheiro, muito dinheiro, mais do que os jackpots do Euro milhões, e que agora foram descobertos. Se juntarmos a este facto perturbante, o formato em que o caso nos é apresentado, tal e qual uma obra da mais pura ficção nacional, temos o país amarrado a ela, seguindo capitulo a capitulo, os desenvolvimentos dos episódios.
Enquanto isso, o senhor engenheiro esfrega as mãos de contente, até porque para além disso, tem o anãozinho envelhecido a animar a campanha das eleições, que supostamente eram europeias, mas que se assemelharam a uma dissertação de insultos e bitaites dirigidos uns aos outros, em jeito de campanha eleitoral da feira do relógio.
Conseguiu que o país se esquecesse das divergências com o senhor do bolo, vulgo P.República, que fosse posto de lado todo o processo que envolveu a sua licenciatura, agora o freeport, já ninguém se lembra dele, e assim vai andando o país.
Para juntar a isto tudo, há a campanha ridícula de apoio à Selecção Nacional dos coitadinhos, que precisam que toda a nação acredite neles, como se estivéssemos perante um bando de mentirosos que precisam da desculpabilização pública dos crentes.
Assim vai o nosso Burgo, que de país cada vez tem menos.
Restam-nos as agradáveis bebedeiras que se vão apanhar nesta semana que aí vem, de santos populares, sardinhas e cervejas.
Saiam à rua e aproveitem para esquecer o dito país em que vivemos, que já conheceu dias bem melhores.
Mas nem tudo é mau caríssimos, a temperatura vai subir, as praias vão encher-se de bonecos insufláveis que passaram o ano nos ginásios para se transformarem em armários pressurizados, e que agora vão exibir as suas musculaturas de lançadores do martelo, felizes da vida, banhados em óleo, a brilhar como um vidro lavado.
Ai Portugal Portugal, tanto mal te fazem e tu nem te queixas, nem um guinchinho de menina de escola se te ouvimos dar. Valente.

6 de junho de 2009

Tu escreves o que dizes..

Existem por aí pessoas que têm objectivos nobres.
Estão vocês a perguntar-se, quem?
Não é o Oliveira e Costa nem o dias Loureiro, nem tão pouco a Manuela Moura Guedes ou o Vital Moreira.
Estou neste momento a falar-vos de alguém que tem como objectivo, escrever e dizer aquilo que pensa, e não é que o sacana vai mesmo editar um livro?
Almas Duras, o título, Chiado editora, o patrocinador da loucura, quando? 28 Junho no bar FOXTROT junto a São Bento.
Será sem dúvida um marco na ainda recém nascida, mas já muito intensa carreira deste jovem autor, um prodigioso pensador de labaredas lexicais, que se aventura nessa tão nobre e concretizadora actividade que é a escrita.
Desejo-te toda a sorte do país, pois seria demasiado desejar-te toda a sorte do mundo, que depois não tínhamos como ir ao Mundial 2010, nem como conseguir tirar o Engenheiro do poder, nem prender o Vale e Azevedo ou acabar com as sandes de courato.
Estou contigo meu amigo.
Grande abraço.