Remeto-vos para o mais profundo âmago do pensamento, onde se situa a nobre capacidade de querer ou não querer, de sonhar ou não sonhar, de amar, de odiar, de perdoar, de chamar, e sobretudo de acreditar.
Nos dias que correm é cada vez mais difícil querer, sonhar e sobretudo, acreditar. São negros o dias que vivemos, dominados pelas consequências mais que óbvias do capitalismo desenfreado em que o planeta mergulhou no século XX e que agora somos nós, o povo em geral, o povo que acaba sempre por sofrer todas as consequências dos actos "heróicos" dos artistas que comandam os nossos destinos e em quem tristemente acabamos por votar.
A experiência que acabou por se revelar determinante, foi a minha ida a uma sala de cinema, na passada 6ªfeira dia 6 de fevereiro. O filme não é determinante, aquilo que marcou de facto o meu olhar, foi constatar, no momento em que acenderam as luzes após 3horas de filme, que mais de metade da sala estava, estava com a cara repleta de lágrimas, homens e mulheres. A minha conclusão foi simples, fiquei deliciado ao ver que, numa época em que o ser humano é frequentemente acusado por outros seres humanos, de ser e estar cada vez mais egoísta, ainda existem acontecimentos capazes de unificar toda uma multidão que se desconhece por completo, numa ausência de palavras e sons, apenas numa comunhão de lágrimas e de sentimentos, passo a redundância, sentidos da mesma forma por mais de 100 pessoas.
Devemos acreditar? Devemos ter esperança? É de facto aquilo que me apraz dizer, que temos e devemos acreditar sempre que algo de melhor está para vir. Todos nós já estivemos na chamada "fossa", mas já nos levantámos e voltámos a ver a luz, a ver o outro lado do muro. Viver é de facto uma dádiva, uma sorte imensa, que não devemos de modo algum desperdiçar, com sentimentos derrotistas e negativos perante a nossa própria inércia, a nossa própria ausência e construção de objectivos, que alimentem a crença na melhoria.
Acreditar é querer, é ganhar é vencer.
Eu acredito. O que me dizes tu?
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