25 de setembro de 2008

Metrópole

A minha cidade não é mais a mesma cidade.
A minha cidade é cada vez mais um aglomerado de vontades contraditórias que se empilham em cima dos desejos de quem a viu nascer, crescer, há séculos atrás e sobretudo de quem nela nasceu e cresceu e que agora, como eu, tem uma enorme dificuldade em identificar-se com ela. É realmente triste quando não nos conseguimos identificar com uma coisa que sempre tivemos como nossa, como parte pertencente e integrante de nós, sendo que nós, somos obviamente, parte integrante dela. São as pessoas que constroem as várias Lisboas, são as pessoas que destroem as mesmas Lisboas. Pessoas, mais uma vez, o mal é irremediavelmente o mesmo e advém sempre da mesma fonte. Pessoas e vontades, conflitos e verdades. Pessoa, esse sim, fazia falta a Lisboa.
Dorme bem Lisboa, quando acordares acorda-me também a mim. Estarei sentado, como é costume, num banco de um teu jardim.

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