Voam baixo e rasantes as aves da penumbra, sob a lua cintilante vagueiam pelas ruas, em busca de algo mais que o simples mas acrobático voo expedito, que busca o saciar do estômago egoísta.
Com a noite se deleitam e esperam, aguardam para que o silêncio das vozes possa trazer ao sangue o calor fresco da vida.
Erguem os olhos para o alto temendo as ameaças da cidade, mas é no chão que alcançam o precioso cálice do prolongamento da vida por mais umas horas.
Somos o que comemos, alguém assim o disse um dia.
E o que comemos nós nos dias de hoje.
Violência das almas sujas...
Será na luz que a cada dia nos abre os olhos, que o homem procura a resposta para o que não sabe quando se deita?
Alimento-me de ideias, de construções simbólicas mas que redundam em alegria, e nelas cresce o meu olhar iluminado, como cresce o olhar que as imagens ajudam a formar.
Somos a imagem daquilo que queremos ser, daquilo que vemos de nós mesmos no futuro.
Então o que és tu ó presente?
Serás apenas a dolorosa travessia do hoje para amanhã?
Tens de ser forçosamente mais do que a lição sentimental, da aprendizagem necessária para o caminho que se atira para diante dos nossos olhos.
Não é fácil ser pessoa, não é fácil ser-se gente, é bem mais fácil não pensar e fingir que não se sente.
Acorda homenzinho, é já hora de tirares do sono a alma.
Não se espera pela vida, e ela certamente não espera por ninguém.
Por isso...
É bom que faças mais do que esperar que tudo se faça para ti.
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