14 de novembro de 2008

Perder...

Muito se perde, pouco se ganha. Mas engana-se quem afirma ao mundo que não tem mau perder. Hipócritas, isso sim, mentirosos, sem dúvida, ainda que inconscientemente. Pior do que mentir aos outros, é por certo, mentir-mo-nos a nós mesmos, tentarmos enganar a única pessoa que tem a certeza absoluta e messiânica das nossas convicções, crenças, valores e verdades. Querermos acreditar que não nos importamos com a derrota, ou ainda pior, com a perda, é uma descarada e rídícula tentativa de engano pessoal. Que atire a primeira pedra, o parvo, estúpido, burro, imbecil, troglodita, sem querer diminuir esse povo que vive nas montanhas da Tunísia e que nada tem de imbecil ou troglodita, que achar ou que tenha mesmo a coragem de afirmar conscientemente e ciente da dimensão daquilo que está a dizer, que não se importa, ou melhor, que é totalmente indiferente à perda, à derrota. Pois quem o disser, que pense duas vezes antes de voltar a proferir tamanha insensatez. Perder é triste, é doloroso, é terrível, é uma das piores sensações que o ser humano pode experienciar, talvez apenas superada pela vergonha e pela solidão, por isso meus amigos, que se afirmam senhores de um admirável fair play, tenham tento na língua e vão à mais profunda gruta do vosso subconsciente verificar a veracidade dessa vossa estúpida e atrasada falsa questão. Perder é algo para que não estamos preparados, o nosso cérebro não vem equipado de série com essa maravilhosa capacidade que é a aceitação da derrota e da perda.

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